Sou gay mesmo, e dai? (Leia por sua própria conta e risco)
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Peguei no meu trabalho a Revista O Globo de 14 de novembro, e encontrei uma ótima crônica da Martha Medeiros, que reproduzo aqui:
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14.12.04
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Em homenagem à volta da Anna Pollyenne, aqui vai um post sobre o fim de semana retrasado.
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10.12.04
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Estes dias tenho trabalhado bastante, mas grana que é bom, nada!
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5.12.04
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1.12.04
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No Brasil, 0,34% das pessoas são HIV positivo, ou, pra facilitar a visualização, uma em cada 294 pessoas está infectada. Como temos cerca de 177 milhões de habitantes, isso dá 600 mil contaminados. E a maioria deles não sabe.
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Hoje é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
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Campanha:
Meses anteriores
O que andei escrevendo nesse blog...
Maio de 2002 - Como tudo começou. Justificativas do porquê desse blog e as dúvidas iniciais da vida de quem está experimentando.
Budas Ditosos
Quando "A Casa dos Budas Ditosos" foi lançado, em 1999, li na imprensa que uma importante rede de supermercados havia vetado a venda dos livros em suas lojas em função do seu conteúdo pornográfico. Não sei se isso realmente chegou a acontecer, mas na época me pareceu uma estupidez sem tamanho. Pois agora, cinco anos depois de ter lido o livro, fui assistir no teatro a fenomenal Fernanda Torres no papel da baiana que narra suas façanhas sexuais, e chego à conclusão de que o texto de João Ubaldo (brilhantemente adaptado e dirigido por Domingos de Oliveira) não merecia mesmo ser vendido em gôndolas ao lado de extratos de tomate. Deveria, isso sim, ser distribuído em universidades, virar tese de mestrado. É filosofia pura.
Pureza, aliás, é algo que relaciono diretamente com o sexo. O que é sacanagem? É coisa totalmente diferente do que João Ubaldo descreve. Sacanagem é fazerem a gente acreditar que o casamento é a única fórmula viável de relação e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. É nos induzirem a pensar que os bonitos e os jovens são os mais amados e que os que transam muito não são confiáveis. É difundir a idéia de que só há uma fórmula para ser feliz, a mesma para todos, e que os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Ninguém nos conta que essas fórmulas muitas vezes dão errado, frustam as pessoas, são alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais.
Sexo não é sacanagem. Sexo é uma coisa natural e simples - só é ruim quando feito sem vontade. Sacanagem é outra coisa. É nos condicionarem a um amor cheio de regras e princípios, sem ter o direito à leveza e ao prazer que nos proporcionam as coisas escolhidas por nós mesmos (se você tiver a impressão que já leu isso em algum lugar, não se espante, já tratei do assunto em outra crônica que se chama justamente "Sacanagem", e que circula pela internet com título e autoria trocados).
Mas voltando aos Budas Ditosos: ao final do espetáculo, o público aplaudiu em pé por vários minutos, entusiasticamente. O que se está aplaudindo? A atuação de Fernanda? O texto que muitos consideram simplesmente engraçado? A possibilidade de catarse? Isso tudo e algo mais. A maioria da platéia aplaude a chance de ver todas as suas fantasias expostas sem precisar levá-las a cabo. Aplaude a versão abafada de si mesmo, aplaude uma liberação temporária, aplaude a vida que secretamente gostariam de ter, mas que, pô, não pega bem.
Tudo é possível de acontecer, mas nada é obrigatório que aconteça. Não precisamos fazer coisa alguma que nos perturbe, que nos violente. Mas já será um avanço se deixarmos de incentivar patrulhas e preconceitos retrógrados - basta o Bush ter sido reeleito. Não vamos cair na cilada de achar que uma coisa é literatura e teatro, outra é a vida. É tudo a mesma coisa. Levemos nosso aplauso para a rua, para a liberdade de expressão, para o respeito às escolhas alheias. Tem muita gente que aplaude o que é arte mas, em seu dia-a-dia, promove uma verdadeira caça às bruxas. Isso sim é que é obsceno.
Martha Medeiros
Sábado saí de casa com a intensão de me acabar. Fui para um casamento num salão fino na Contorno, regado a muito uísque e champanhe. Quando já estava mamado, lá pras 2 da manhã, tomei um café com biscoitinhos e saí fora. Tentei ir para a Up, numa festa de música eletrônica, mas estava lotada, então fui pra Josefine. Deixei o paletó e a gravata no carro, coloquei a camisa pra fora da calça e dobrei as mangas.
Como eu queria enfiar o pé na jaca de verdade, pedi uma cuba libre no bar e fui pra pista. Lá encontrei antigos casos, novos casos, beijei um, outro, dois ao mesmo tempo, olhei pro lado e outros trios também estavam formados... Pedi mais uma cuba e a loucura continuou até a boate fechar.
Amanheci num hotelzinho razoável no Barro Preto, com direito a fusões íntimas diversas, pois já tinha cerca de três meses eu não usava o kit de primeiros socorros sexuais (sim, desde o Rio que não aconteciam detalhes sórdidos).
Passei o domingo e a segunda-feira com uma ressaca monstruosa e com um hematoma gigante na base do pau devido a uma chupada mais nervosa.
Nem pude ir à academia nesta semana pois tenho saído daqui depois das 9 da noite.
Mas do Natal até 15 de janeiro estarei de férias. Depois do Reveillon no Rio devo ir para alguma praia por lá, tipo Ilha Grande, Cabo Frio, Saquarema, não sei ainda. Aceito sugestões.
Nos eh que bebemos e eles que ficam tontos...
Por isso creio que outra importante campanha, aliada à "Use Camisinha" e ao "Dia Mundial de Lutra Contra a Aids", é a "Fique Sabendo": www.aids.gov.br/fiquesabendo.
"Estimativas do Ministério da Saúde indicam que existem hoje no Brasil cerca de 600 mil pessoas vivendo com o HIV. Dessas, 400 mil não sabem de sua condição sorológica. Portanto, do ponto de vista epidemiológico, o diagnóstico é fundamental para o controle da epidemia de aids."
Consulte onde fazer o teste gratuitamente.
O Ministério da Saúde disponibilizou no site http://www.aids.gov.br/diamundial/ informações diversas sobre a doença. Este ano focaram a ação nas mulheres, devido ao crescimento de casos entre elas.
"Por que foi escolhido este assunto?
Quase metade das pessoas que vivem com HIV/aids no mundo são do sexo feminino. Por esse motivo, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) instituiu, como foco central para a mobilização do Dia Mundial de 2004, as mulheres de todas as idades.
No Brasil, essa tendência se confirma. No período inicial da epidemia, para cada caso de aids em mulher, foram registrados 16 casos em homens. Atualmente, esta razão já está em 2 casos em homens para cada caso em mulher.
As mulheres devem andar com camisinha na bolsa, fazer o exame de aids e usar o preservativo feminino. Estas são atitudes de uma mulher preocupada com sua saúde e o seu bem-estar. Atitudes necessárias para evitar que a epidemia da aids continue crescendo.
Meninas jovens, sexualidade e HIV/Aids
Como em tantos outros aspectos da vida, apenas o saber intelectual não é capaz de disciplinar as emoções. É preciso estimular o diálogo, além das questões mais diretamente relacionadas à vida sexual. É necessário refletir de forma mais ampla, como um conjunto das relações afetivas.
Um dos grandes desafios do Programa Nacional de DST/Aids é mudar alguns indicadores ligados às características comportamentais e culturais entre os jovens. A tendência de crescimento da gravidez precoce, por exemplo. A consciência sobre os riscos de uma gravidez indesejada ou de uma doença sexualmente transmissível está mais presente na vida dos jovens de hoje em dia do que há dez anos atrás. Mas ainda está longe de ser o ideal.
O exercício da cidadania deve estar na base de todas as iniciativas do ser humano e precisa ser fundamentado pelos princípios da autonomia, da dignidade, da solidariedade, do respeito e da convivência familiar e comunitária, com responsabilidade e compromissos individuais e coletivos. Com a educação preventiva e a melhoria na formação dos jovens brasileiros pelo HIV e por outras doenças sexualmente transmissíveis será possível reduzir as infecções."
Entre os homens, já está bem claro mas não custa repetir: sexo seguro sempre.
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